sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Prefiro as flores que mudam...


... diferentes a cada passar de estação: primavera

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

E...

Estou na noite do tempo, no zumbido das vespas.
Estou coroada pelas estrelas, mas o que quero fazer agora é correr.
Correr para não sei que luz importa,
correr para não ter os zumbidos de agora,
correr para galgar a terra com os pés,
correr para sentir o toque do vento
nesse meu rosto que inspira puberdade
e esconde a velhice do tempo.

Queria ter...
Ah! Queria ter...
Não sei o que queria ter...
Eu só tenho necessidade...
A necessidade... de me deitar agora
E palidecer
E desfalecer
E ter a terra sobre mim

sábado, 19 de setembro de 2009

Amarelo

Escrito em 25/02/2008

Acordou! Um passo cansado, lento, de sono. Não reconheceu aquela atmosfera, a desordem não era parte integral da sua vida, pelo menos era o que achava. Tirou as coisas do caminho e atravessou o pequeno corredor. Era cedo, como sempre o sol a havia despertado. Mesmo fechados, os olhos sentiram o calor a surgir e a consciência se apresentou diante do sonho quase morto. O moribundo rolou, buscou a cura das feridas de um lado para outro e padeceu inutilmente, restou apenas uma vaga lembrança de sua contorção.

No espelho, contemplou o resultado alcoólico da noite. Um rosto sem expressão, colorido. Olhos embaçados, regados da lútea sujeira. Os cabelos em estado de choque. Um bocejar caído, tudo estava para morrer! Passou a mão nos cabelos, os domou com delicadeza, lavou a cara murcha, tirou a espinha que estava no meio da testa.

– A morte é amarela! Tudo o que esta para morrer se torna amarelo. É um estágio antes do ponto final.

O amarelo do sol matou o sonho, o amarelo do álcool matou o corpo e esse já apresenta os primeiros sinais que o definham.

Estava realmente amarelando...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fim do dia...

Pela luminosidade amarelada vejo que o trabalho está para acabar. Em poucos minutos os televisores serão desligados e, antes mesmo de as luzes apagarem, já estarei atravessando o canteiro central da cidade. Um trajeto curto, mas por algumas vezes recheados por pequenas descobertas que para mim são grandiosas. É um tanto clichê ver essas belezas ocultas pela mesmice dos dias, apreciar um belo tempo de segundos e admirar por horas mentais as raridades que se encontram ao atravessar o canteiro central da cidade. É um prazer de inflar o corpo todo, de amortecer os braços cansados e dar um novo ritmo para o caminhar que, de tão leve, parece apaixonado pela vida, mas tudo cabe em palavras sussurradas perdidamente ao vento “que bonito”, um resumo tão resumido talvez pelo estresse psicológico ou cansaço físico mesmo.

O sinal está fechado e preparo as moedas para pagar o transporte coletivo. Fazia tanto tempo que não andava de ônibus que cheguei a desaprender o equilíbrio necessário para se manter em pé nos corredores. Preferia fazer a viagem para casa bem acomodada no acento semi-acolchoado dos bancos, mas pegar um lugar desses é quase loteria quando se sai às seis horas da tarde.

Mas o mais interessante nesses lugares são os odores ardidos das pessoas no fim do dia. O calor obriga o corpo a buscar soluções para se refrescar e o suor começa a acumular sobre a pele...