sábado, 19 de setembro de 2009

Amarelo

Escrito em 25/02/2008

Acordou! Um passo cansado, lento, de sono. Não reconheceu aquela atmosfera, a desordem não era parte integral da sua vida, pelo menos era o que achava. Tirou as coisas do caminho e atravessou o pequeno corredor. Era cedo, como sempre o sol a havia despertado. Mesmo fechados, os olhos sentiram o calor a surgir e a consciência se apresentou diante do sonho quase morto. O moribundo rolou, buscou a cura das feridas de um lado para outro e padeceu inutilmente, restou apenas uma vaga lembrança de sua contorção.

No espelho, contemplou o resultado alcoólico da noite. Um rosto sem expressão, colorido. Olhos embaçados, regados da lútea sujeira. Os cabelos em estado de choque. Um bocejar caído, tudo estava para morrer! Passou a mão nos cabelos, os domou com delicadeza, lavou a cara murcha, tirou a espinha que estava no meio da testa.

– A morte é amarela! Tudo o que esta para morrer se torna amarelo. É um estágio antes do ponto final.

O amarelo do sol matou o sonho, o amarelo do álcool matou o corpo e esse já apresenta os primeiros sinais que o definham.

Estava realmente amarelando...

Nenhum comentário:

Postar um comentário