quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fim do dia...

Pela luminosidade amarelada vejo que o trabalho está para acabar. Em poucos minutos os televisores serão desligados e, antes mesmo de as luzes apagarem, já estarei atravessando o canteiro central da cidade. Um trajeto curto, mas por algumas vezes recheados por pequenas descobertas que para mim são grandiosas. É um tanto clichê ver essas belezas ocultas pela mesmice dos dias, apreciar um belo tempo de segundos e admirar por horas mentais as raridades que se encontram ao atravessar o canteiro central da cidade. É um prazer de inflar o corpo todo, de amortecer os braços cansados e dar um novo ritmo para o caminhar que, de tão leve, parece apaixonado pela vida, mas tudo cabe em palavras sussurradas perdidamente ao vento “que bonito”, um resumo tão resumido talvez pelo estresse psicológico ou cansaço físico mesmo.

O sinal está fechado e preparo as moedas para pagar o transporte coletivo. Fazia tanto tempo que não andava de ônibus que cheguei a desaprender o equilíbrio necessário para se manter em pé nos corredores. Preferia fazer a viagem para casa bem acomodada no acento semi-acolchoado dos bancos, mas pegar um lugar desses é quase loteria quando se sai às seis horas da tarde.

Mas o mais interessante nesses lugares são os odores ardidos das pessoas no fim do dia. O calor obriga o corpo a buscar soluções para se refrescar e o suor começa a acumular sobre a pele...

Um comentário:

  1. Nossa, muito bom!
    Uma narrativa poética e muito mais atrante da vida de universitário, tirando o fato de fazer tempo q não pegava ônibus. Como pode, coisas tão simples e pequenas escondem tanta vida que nos passa despercebidos. "Que Bonito"

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